Camuflada no interior de uma pilha de portas de madeira, uma carga de cocaína com destino à Europa foi descoberta pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) nesta segunda-feira, em Campo Grande. O galpão onde a droga era preparada funcionava no Bairro Jardim Itamaracá e foi fechado após trabalho de investigação e inteligência da Polícia Civil. 

No local, os policiais apreenderam cerca de 400 quilos do entorpecente escondidos em compartimentos ocultos criados no meio da pilha de portas. Quatro pessoas foram presas em flagrante e dois veículos foram apreendidos. Esta é uma das maiores apreensões de cocaína registradas neste ano em Mato Grosso do Sul.   

ESCAMA DE PEIXE

A cocaína do tipo “escama de peixe” é considerada uma droga de exportação, geralmente destinada ao mercado internacional devido à sua alta pureza e valor elevado. O nome faz referência à textura diferenciada: ao contrário da cocaína em pó, essa versão aparece em pedaços compactos que, ao serem manuseados, se desfazem em lascas semelhantes às escamas de peixe. Ela não se esfarela completamente, não se dissolve facilmente e mantém a estrutura sólida. 

essa característica física também reflete na qualidade e no preço. Enquanto o quilo da cocaína comum é comercializado entre R$ 18 mil e R$ 20 mil no Brasil, o da escama de peixe pode chegar a R$ 25 mil, aproximadamente R$ 7 mil a mais.

Em regiões do centro-sul do país, o valor chega a dobrar, principalmente pela possibilidade de multiplicação em laboratórios clandestinos. De um quilo da droga pura, os traficantes conseguem produzir até 10 quilos com aditivos.

Além do valor comercial, a escama de peixe também é conhecida por seus efeitos intensos e alto potencial de dependência. Seu uso está associado a sérios riscos à saúde, como aumento da frequência cardíaca, possibilidade de infarto e até AVC (Acidente Vascular Cerebral, tornando-se uma das formas mais perigosas da substância.