Eldorado amplia projeto de nova fábrica e paga R$ 13 milhões em compensações
A empresa ampliou a projeção da capacidade da linha 2 que construirá em Três Lagoas

MARISTELA BRUNETTO / CAMPO GRANDE NEWS
A empresa comunicou ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) a ampliação da projeção do que produzirá na linha 2, de 2,3 milhões toneladas de celulose para 2,6 toneladas e firmou acordo para repassar R$ 13,3 milhões em compensações ambientais.
O extrato do acordo com o Governo foi publicado hoje em Diário Oficial, apontando que se chegou a esse valor com base no investimento projetado para o incrementado da produção inicialmente estimado, um custo adicional de R$ 1,9 bilhão. Sobre este valor foi estipulada a incidência de 0,700% a título de grau de impacto no processo de licença de instalação da fábrica.
O valor médio de uma planta fabril de celulose é de cerca de R$ 25 bilhões, conforme os valores anunciados pelas empresas que estão investindo em unidades no Estado.
A reportagem apurou que ainda não haveria prazos definidos para a ampliação. A cidade já tem três plantas de produção de celulose: uma da Eldorado, com capacidade de produzir 1,8 tonelada de celulose/ano, e duas da Suzano.
Até o governador Eduardo Riedel (PSDB) já havia comentado sobre o litígio entre a J&F e a Paper Excellence, revelando a expectativa pelo desfecho para que saísse a nova planta industrial.
A briga, que foi considerada a maior disputa entre empresas no País, foi encerrada no mês passado, quando a J&F pagou R$ 15 bilhões por 49,41% das ações da sócia.
A transação ocorreu em um período em que a celulose estava com o preço em baixa no mercado, tendo a sócia ingressado com cerca de R$ 3,8 bilhões, segundo divulgado.
Com o passar do tempo, os irmãos Batista, da J&F, decidiram não concluir a transação, desencadeando a disputa em diferentes esferas- justiça comum e justiça arbitral, espraiando ações em diferentes estados e esferas do Poder Judiciário.
A barreira mais difícil para a sócia, de origem estrangeira, era o fato de haver fazendas de eucalipto na transação e a legislação brasileira exigir autorização do poder público para a aquisição de terras por estrangeiros, o que não ocorreu.
Além das unidades de Três Lagoas, a região leste do Estado, que passou a ser chamada de Vale da Celulose, tem uma unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo, ativada há um ano; uma está em construção em Inocência, da chilena Arauco, e outra fábrica, da Bracell, será construída em Bataguassu.
A celulose se tornou o principal na balança comercial do Estado, com franca expansão de áreas plantadas de eucalipto e incremento de movimentação financeira em cidades da região leste.
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