Leilão da Rota da Celulose tem quatro interessados
Com a entrega das propostas, o leilão foi confirmado para o dia oito de maio

Quatro grupos de concessionárias se interessaram pelo projeto de concessão das rodovias que compõem a Rota da Celulose. O leilão será realizado no dia oito de maio, na sede da B3, a bolsa de valores do Brasil, em São Paulo.
Conforme reportagem do Correio do Estado, o certame só aconteceria se houvesse a manifestação de interesse das empresas do setor de logística. Como quatro empresas entregaram proposta, o leilão está confirmado.
“Trata-se de um grande projeto, onde conseguimos a delegação ao Estado de trechos da BR-262 e BR-267, para juntarmos às rodovias estaduais e assim formar um único lote, com 870 km que vai a leilão. Desta forma ficou atrativo e chamou a atenção do mercado, que está interessado em participar. Será um dos maiores projetos (rodoviários) do Brasil e com um modelo dinâmico e flexível, ou seja, se aumentar o fluxo de carros acima do previsto, poderão ter novos investimentos”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Ao todo serão investidos R$ 10 bilhões em 870,3 km de rodovias, que dão acesso a indústrias do ramo da celulose em Mato Grosso do Sul.
A concessão prevê recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo de 30 anos.
O projeto visa recuperar e ampliar a capacidade do sistema rodoviário composto pelos trechos das rodovias estaduais MS-040 (de Campo Grande a Santa Rita do Pardo), MS-338 (de Santa Rita do Pardo a Bataguassu) e MS-395 (de Bataguassu ao entroncamento com a BR-267), além de trechos das rodovias federais BR-262 (que liga Campo Grande a Três Lagoas) e BR-267 (que liga Bataguassu a Nova Alvorada do Sul). A Rota da Celulose abrange 870,3 quilômetros e investimento nas rodovias.
PRIMEIRA TENTATIVA
A primeira tentativa de leiloar trechos das rodovias que ligam Campo Grande ao estado de São Paulo à iniciativa privada, que ocorreu em dezembro, não atraiu as empresas, impossibilitando a realização do leilão.
No segundo semestre do ano passado, para atrair investidores da iniciativa privada, o governo estadual realizou um roadshow em São Paulo, evento que contou com a participação de diversas empresas do setor, como o grupo EcoRodovias, a CCR (que já detém a concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul), a Way (responsável por concessões como as das rodovias MS-306, MS-112 e BR-158, na região nordeste do Estado) e investidores internacionais, como o grupo Arteris.
Um dos maiores fundos de investimento do mundo, o BlackRock, também enviou representantes ao evento. Porém, apesar disso, naquele ano não houve interessados no certame.
Segundo a Folha de São Paulo, o Ministério dos Transportes avaliou que os empresários estariam focados em outros projetos considerados mais atrativos da carteira de concessões rodoviárias. A atenção voltada a outras propostas teria escanteado o certame de Mato Grosso do Sul.
Entre os projetos ofertados naquele período de leilão de concessões estava a Rota Verde, que passa por Rio Verde, Goiânia e Itumbiara, em Goiás, e o leilão das Rodovias Integradas do Paraná, que inclui trechos estaduais e da BR-369, além da Ponte São Borja, sobre o Rio Uruguai, na fronteira entre São Borja, no Brasil, e Santo Tomé, na Argentina, e mais um bloco das Rodovias Integradas do Paraná, desta vez ligado à BR-163.
MUDANÇAS NO PROJETO
Na tentativa de melhorar o projeto da Rota da Celulose para atrair os investidores, no dia 30 de janeiro deste ano, um novo edital para privatização de rodovias alterou, entre outros quesitos, o cronograma de obras a serem feitas nas rodovias.
Houve mudanças para que as obras pudessem ser feitas de forma mais espaçada, dando, assim, uma suavizada nos investimentos que estavam previstos para ocorrer a partir do segundo ano do contrato.
O novo projeto apresentado ao mercado também mudou o valor total do investimento na rodovia, que será de R$ 10 bilhões, um pouco maior que o projeto anterior, que previa R$ 8,8 bilhões.
O edital manteve a previsão da duplicação do trecho entre Campo Grande e a fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo e a previsão de um contorno rodoviário de 15 km em Bataguassu, o que exigirá R$ 90 milhões.
A um mês do leilão, o governo do Estado fez nova alteração no edital para atrair a participação de empresas estrangeiras. O texto inicial exigia que a empresa concorrente estivesse instalada no Brasil, o que foi alterado em publicação no Diário Oficial do Estado.
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