Aposentados devem receber auxílio saúde de R$ 300
Projeto será votado na próxima semana e vai beneficiar 11 mil servidores inativos no Estado
Após pressão dos aposentados, deputados estaduais se reuniram na manhã desta quarta-feira (27) para anunciar que o governador Eduardo Riedel (PSDB) estendeu a proposta inicial de auxílio médico, que contemplava apenas quem ganha até R$ 3 mil, para quem ganha até R$ 7.621,00, teto do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). O projeto deve ser votado na próxima semana e será pago, de forma retroativa, a partir de abril.
Rodrigo Perez, secretário de Governo e Gestão Estratégica, disse que o benefício vai atender 11 mil servidores inativos. Ele também pediu celeridade para que os deputados votem na proposta, e, assim, seja liberado o valor o quanto antes.
O secretário estadual de Administração, Frederico Fellini, ressaltou a sensibilidade do governo com a pauta e a cautela que a gestão teve até conseguir atingir o objetivo, que, segundo ele, é mitigar a classe dos aposentados. "O estudo do orçamento chegou ao teto do INSS. Isso gera um impacto de R$ 3,2 milhões por mês". disse.
Ele esclarece que ainda vai ser apresentado o projeto de lei definindo a alíquota patronal. Um outro pedido dos aposentados desde 2023. "Isso é uma situação nacional e já atingiu vários estados com contas feridas e sociedade prejudicada. Esse novo projeto de lei vai ter que passar por estudo e depois pelo conselho da Ageprev (Agência de Previdência do Mato Grosso do Sul) para depois criar a proposta".
O eputado estadual Paulo Duarte (PSB) sugeriu a criação de comissão para discutir essa alíquota, o que foi acatado pela Mesa Diretora. Os nomes do grupo de parlamentares que farão a articulação da matéria com o governo serão divulgados na próxima terça-feira (dia 2 de abri).
A aposentada Auxiliadora Darc Barbosa, de 67 anos, disse que o projeto ainda não está do jeito que eles gostariam e que a medida é paliativa. “É um abono disfarçado, mas que abriram uma discussão após nossas vindas e cobranças dos deputados, desde o ano passado. Vai passar a Semana Santa e vamos voltar. Não vamos largar um minuto sequer a luta. Agora queríamos a isenção [da alíquota] para quem tem comorbidades e que os contratados para o serviço público façam o pagamento a Ageprev não ao INSS".
Ela também comenta que os aposentados querem que o governo utilize os 140 imóveis confiscados durante a CPI da Ageprev e destinem o valor para diminuir a dívida previdenciária. "Esperamos que eles se convençam, senão vamos tomar outra providência e ir para Brasília".
Antes - Nesta quarta-feira (27), aposentados estiveram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, para pressionar os deputados e o próprio governador Eduardo Riedel. Essa não é a primeira vez que grupos ficam no átrio da Casa de Leis.
Na última quinta-feira, foi a vez de os professores aposentados protestarem contra os 14% de desconto na previdência. Alguns equilibraram livros na cabeça para mostrar o malabarismo que a categoria precisa fazer com o salário.
Desta vez, os cartazes cobravam o encontro com o chefe de Estado e ressaltaram que o valor é massacrante. “Governador Riedel, cadê a nossa reunião?”, “Governador Eduardo Riedel. No seu governo, aposentados não são prioridade?; ”Governador, R$ 300 de auxílio saúde é muito ofensivo. Dignidade Já”, diziam as faixas.
Hoje, os manifestantes se dirigiram para a porta do gabinete do presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), mas foram barrados pela segurança. A equipe chegou a fazer uma corrente de isolamento para evitar que os aposentados entrassem.
Ari Fereira acrescenta que a medida de contenção sempre acontece porque as autoridade "têm medo do povo". A medida de segurança não foi surpresa para Auxiliadora. Ela conta que já esperava, já que o governo trata os aposentados como "chinelos velhos e descartáveis".
ENTENDA
Na proposta feita pelo governo estadual para tentar minimizar os impactos do aumento de 11% para 14% na previdência, foi oferecido um auxílio saúde de R$ 300 para aqueles que ganham até R$ 3 mil. Agora, foi estendido o benefício para quem ganha até R$ 7 mil.
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