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Naviraí - MS,03/05/2024

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Morre Alexei Navalny, principal opositor de Putin

RÚSSIA

Fonte: REPRODUÇÃO
Morre Alexei Navalny, principal opositor de Putin Alexei Navalny vivo

G 1 

O principal opositor de Vladimir Putin morreu na prisão, e em circunstâncias misteriosas, como já aconteceu com críticos do presidente russo. A versão oficial é que Alexei Navalny passou mal depois de uma caminhada. Ele estava desde dezembro em uma prisão segurança máxima no Círculo Polar Ártico.

As últimas imagens de Alexei Navalny vivo foram nesta quinta-feira (15), em uma audiência judicial, e ele parecia bem-humorado. Até pediu que o juiz fizesse um depósito na conta dele para compensar os prejuízos que estaria tendo a cada decisão do tribunal.

A colônia penal onde morreu, apelidada de Lobo Polar, fica no Círculo Polar Ártico, a 2 mil km de Moscou. Nesta época do ano, as temperaturas têm chegado a -26º C.

A Penitenciária IK-3 foi construída nos anos 1960, no mesmo lugar onde antes havia um gulag, um campo de trabalhos forçados da União Soviética. O acesso e a comunicação com o mundo exterior são restritos. Segundo grupos de defesa de direitos humanos, ali vivem mais de mil detentos condenados por crimes graves como estupradores, pedófilos e assassinos em série.

Todos os dias, às 5h, os presos são acordados com a canção nacionalista “Eu sou russo”, do compositor preferido de Putin. Na primavera, os presos são expostos a enxames de mosquitos e, no inverno, são forçados a ficar no pátio coberto de neve por mais de meia hora. Se um só deles se mexer, o grupo todo recebe jatos d'água gelada.Há celas para punições maiores, em que os presos são obrigados a ficar em posição fetal; a cela em que Navalny estava confinado não tinha janela.

Os condenados são proibidos de se comunicar uns com os outros e só podem passear em uma pequena jaula, uma vez por dia, durante 90 minutos.

Na última mensagem nas redes sociais, publicada nesta quarta-feira (14), Alexey Navalny escreveu:

“Acabaram de me dar 15 dias em uma cela de isolamento. Esta é a quarta punição em menos de dois meses”.

Segundo a agência russa Tass, Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada e desmaiou. Ainda segundo a agência, a equipe de socorro tentou reanimá-lo. A TV estatal do país divulgou que Navalny morreu de embolia. O porta-voz do Kremilin, Dmitry Peskov, disse que as causas da morte estão sendo apuradas.Em uma rede social, a mãe de Navalny disse que o visitou na segunda-feira (12), e que ele parecia saudável e animado.

Quem o conhecia definia Navalny como teimoso, sarcástico e excepcionalmente carismático, um populista que atraia especialmente os jovens. Alexey Navalny era advogado e tinha 47 anos. Em 2010, estudou por quatro meses na universidade americana de Yale, em um programa de formação de novos líderes. De volta a Moscou, ficou conhecido por criticar o presidente Vladimir Putin e por denunciar a corrupção em grande escala no país.

Em 2017, homens atacaram Nny na rua e dispararam um spray em seu rosto. Ele quase ficou cego. No ano seguinte, o Ministério Público russo o acusou de corrupção e Navalny foi condenado e impedido de disputar a eleição presidencial contra Putin; observadores internacionais classificaram o julgamento como uma farsa.


Em agosto de 2020, durante um voo da Sibéria para Moscou, passou mal e teve que ser internado. O governo alemão negociou com o alto escalão russo, que permitiu a transferência de Navalny para Berlim, onde recebeu tratamento.

A então primeira-ministra alemã Angela Merkel disse que Navalny foi envenenado com novichok, uma substância tóxica que afeta o sistema nervoso. O veneno teria sido colocado nas roupas de baixo dele por agentes do serviço secreto russo, mas não houve prova porque alguns documentos desapareceram dos seus registros clínicos.

Ele se recuperou e, quatro meses depois, acabou preso ao desembarcar de volta em Moscou, sob várias acusações - entre elas, a de violar a liberdade condicional na estadia na Alemanha. A Justiça russa o sentenciou a nove anos de prisão.

Navalny declarou que nunca teve dúvidas de que deveria voltar:

"É o meu país, e Moscou é a minha cidade", disse ele.

Em 2023, o mesmo tribunal o condenou a 19 anos de cárcere por criar e financiar uma organização considerada extremistaNavalny declarou que sabia que ia passar na prisão o resto da vida - a vida dele mesmo ou a vida do regime de Putin.

Navalny continuou lutando contra Vladimir Putin até o fim. Poucos dias antes de morrer, começou uma campanha contra a reeleição do presidente russo na votação marcada para março. 

Simpatizantes de Navalny depositaram flores nos monumentos a vítimas de repressão política em Moscou e São Petersburgo.

Em Munique, na Alemanha, em uma conferência internacional sobre segurança, a mulher do dissidente russo disse que Putin e seu governo não ficarão impunes. Yulia Navalnaya pediu que a comunidade internacional se una para enfrentar o mal que Putin representa:

“Putin e seus amigos serão responsabilizados pelo que fizeram com o meu país, com a minha família e com o meu marido. E este dia chegará muito em breve”.  




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