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Naviraí - MS,27/07/2024

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Em operação do Gaeco é preso o presidente da FFMS

Alvo da Operação Cartão Vermelho, a casa de Francisco Cezário passou por buscas na manhã desta terça-feira

Fonte: HELDER RAFAEL
Em operação do Gaeco é preso o presidente da FFMS Francisco Cezário de Oliveira, presidente da FFMS

- Francisco Cezário teve a casa alvo de buscas e mais de R$ 800 mil em espécie foram encontrados -

GLOBO ESPORTE / CAMPO GRANDE NEWS

O presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, foi preso, nesta terça-feira, dentro de casa, durante cumprimento de mandatos da Operação Cartão Vermelho, contra grupo que desviou mais de R$ 6 milhões da Federação.

'Era Cezário': presidente é preso após 26 anos à frente do futebol de MS. — Foto: TV MorenaCezário foi encaminhado para o Centro de Policiamento Especializado (Cepol). Por ser advogado e estar com a OAB ativa, o presidente deve ser conduzido para o presídio militar, após ouvido e passar pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL).

"O cliente nega ter praticado qualquer irregularidade, muito menos qualquer espécie de crime, e está disposto a esclarecer os fatos que estão sob investigação", disse o advogado de Cezário, André Borges.

Localizado na Vila Taveirópolis, em Campo Grande, a casa do presidente foi alvo de busca e apreensão por agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizada (Gaeco), que encontraram mais de R$ 800 mil em espécie.

"A defesa ainda não tem o maior detalhamento de toda essa investigação, o que ocorrerá no decorrer do dia. Prontamente adotaremos, em nome dele, todas as medidas defensivas previstas na legislação", completou André Borges.

A ERA CEZÁRIO

Cezário está a frente da Federação desde 1998, quando foi eleito pela primeira vez. Ele chegou a ser prefeito de Rio Negro no período de 2001 a 2004 e "acumulou" os dois cargos, completando 26 anos como presidente da instituição que rege o futebol profissional em Mato Grosso do Sul.  

Francisco Cezario, "o dono da bola" na posse como presidente, em 2022 (Foto/Arquivo)

Francisco Cezário é conhecido pela longevidade no comando da federação, sendo há 26 anos o “dono da bola” no futebol de MS. Ele assumiu em 1998, está no sétimo mandato e fica no cargo até 2027. A última eleição aconteceu em 2022. Marcada por briga na Justiça, o desfecho foi vitória da chapa única, liderada por Cezário.  

Conforme cronistas sul-mato-grossenses, Ari Rodrigues foi o último presidente antes da "Era Cezário". Ele cumpriu seu mandato na íntegra, que terminou em 1997, mesmo doente após sofrer um derrame em 95.  

Ari não se afastou do cargo, continuou assinando documentos e recebeu a ajuda dos filhos, que trabalhavam na Federação. Ele morreu em 2001, perto dos 60 anos.

O atual presidente foi jogador do Operário na década de 60, além de técnico de futebol e professor de educação física no Colégio Dom Bosco.

A maior parte dos recursos utilizados pela FFMS é proveniente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), do Governo estadual. Em 2022, por exemplo, a receita bruta da federação foi de R$ 3,9 milhões, sendo R$ 1,2 milhão dos cofres estaduais.

ESQUEMA

Esquema - Segundo o Ministério Público, em 20 meses de investigação foi constatada uma organização criminosa dentro da FFMS, "cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros".


Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema. A investigação constatou mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.

Também havia um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. "Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", diz nota do Gaeco.


Ao todo, os valores desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, superaram a casa dos R$ 6 milhões. Nos últimos 15 anos, a Federação de Mato Grosso do Sul recebeu R$ 11,5 milhões de verba pública, somente através de convênio com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul).


Operação Cartão Vermelho - Diante dos indícios de desvio milionário dentro da Federação, agentes do Gaeco saíram às ruas hoje para cumprir 7 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

A lista de investigados inclui dirigentes da FFMS, hotéis e barbearias do interior do Estado. 

Além da sede da FFMS e da casa do presidente Francisco Cezario de Oliveira, no bairro Taveirópolis, constam os nomes de Jamiro Rodrigues de Oliveira, vice-presidente da FFMS; Marco Antônio Tavares, vice-presidente e coordenador de competições da federação, que também consta como presidente da Federação de Tênis de Mesa; Aparecido Alves pereira, delegado de jogos da FFMS; Rudson Bogarim Barbosa que, em publicação do site da entidade, em 2022, constava como gerente da TI da FFMS. 





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