Colheita avança com rendimentos abaixo do esperado
Apesar de ritmo acelerado no início das operações, colheita se alinha com o andamento da safra anterior
GABRIEL RODRIGUES / AGROLINK
Em Mato Grosso, observou-se uma diminuição nas precipitações acompanhada por um aumento nos períodos de sol, condições favoráveis tanto para a colheita quanto para a qualidade dos grãos de soja.
No Rio Grande do Sul, as chuvas recentes beneficiaram especialmente as lavouras de plantio mais tardio, enquanto a alta incidência da ferrugem asiática tem causado problemas como a deiscência de folhas e a redução no ciclo de vida das plantas, fatores esses que já começam a influenciar a fase inicial da colheita na região do Alto Uruguai.
No Paraná, o quadro é variado. Por um lado, as precipitações recentes têm sido positivas para as lavouras plantadas mais tarde na temporada. Por outro, o aumento nas temperaturas, aliado à falta de chuvas, tem prejudicado o desenvolvimento final da cultura, especialmente no norte e oeste do estado.
Em Goiás, o clima seco predominante facilitou o avanço da colheita. Por outro lado, em Mato Grosso do Sul, a colheita tem avançado de forma mais lenta.
No estado de Minas Gerais, as condições climáticas atuais estão favorecendo o progresso da colheita, embora as produtividades observadas permaneçam abaixo das estimativas iniciais.
Em São Paulo, o clima seco tem permitido um ritmo mais acelerado de colheita, porém, assim como observado em Minas Gerais, as produtividades estão significativamente abaixo do potencial produtivo esperado.
No Tocantins, a colheita começou nas regiões Sudoeste, particularmente nas lavouras de plantio tardio. Nos estados do Maranhão e Piauí, as condições das lavouras são consideradas boas.
Santa Catarina mostra uma grande variação nos rendimentos das áreas já colhidas, refletindo a heterogeneidade das condições agrícolas e climáticas na região.
Por fim, no Pará, as chuvas recentes têm beneficiado as lavouras de plantio tardio, embora também tenham contribuído para o atraso na colheita. Em particular, em Paragominas, as lavouras exibem um bom desenvolvimento.
PROGRESSO DA SAFRA
Semana de 11 a 17 de março de 2024.
Percentual da área semeada nacional: 100%
Fonte: Conab
Apenas uma pequena parcela (0,7% em desenvolvimento vegetativo e 3,4% em floração) da soja ainda está nos estádios iniciais da cultura. Ainda assim, pelo menos 15,8% das lavouras ainda precisam de chuvas neste momento, para garantir a boa formação e enchimento dos grãos.
A safra 2023/24 está caminhando para o final, visto que 61,9% das lavouras monitoradas já foram colhidas no Brasil. Embora o início da colheita tenha sido adiantado, neste momento as operações estão, em média (61.9%), alinhadas com o ritmo da safra anterior (62.5% do mesmo período na safra passada).
Fonte: Conab. Elaboração: Agrotempo
Progresso da colheita
- Tocantins: aumento de 5% (de 55% para 60%), ainda abaixo dos 80% da safra anterior.
- Maranhão: crescimento de 7% (de 37% para 44%), porém ainda menor que os 49% do ano passado.
- Piauí: avanço significativo de 9% (de 6% para 15%), mas abaixo dos 32% da safra anterior.
- Bahia: salto de 15% (de 15% para 30%), contudo, inferior aos 34% da temporada passada.
- Mato Grosso: aumento de 5.5% (de 89.3% para 94.8%), aproximando-se dos 97.9% do ano anterior.
- Mato Grosso do Sul: crescimento de 7% (de 78% para 85%), ainda abaixo dos 80% da safra passada.
- Goiás: subida de 7% (de 63% para 70%), porém menor que os 80.5% do ciclo anterior.
- Minas Gerais: aumento de 7% (de 45% para 52%), abaixo dos 66% registrados na safra anterior.
- São Paulo: leve crescimento de 3% (de 65% para 68%), comparado aos 60% do período anterior.
- Paraná: avanço de 9% (de 64% para 73%), ainda abaixo dos 55% da safra passada.
- Santa Catarina: incremento de 2% (de 12% para 14%), mas muito abaixo dos 4% da temporada anterior.
- Rio Grande do Sul: pequena variação de 1% (de 0% para 1%), contra 0% da safra anterior.
r
r
r
COMENTÁRIOS