Pagando por ônibus e com expediente sem fim, grupo denuncia frigorífico
Ao todo, 21 trabalhadores foram demitidos por exigir que empresa comprisse com contratos de trabalho
Funcionários do frigorífico Boibras Indústria e Comércio de Carnes, em São Gabriel do Oeste, município a 137 quilômetros da Capital, denunciaram a empresa, localizada na BR-163, por abusar da carga horária dos trabalhadores e não fornecer transporte gratuito para o deslocamento. “A gente não tem horário para sair, só pra entrar”, afirma uma funcionária, que pediu para não ter o nome divulgado.
Nesta segunda-feira, segundo a entrevistada, alguns colegas gravaram um vídeo em frente a empresa pedindo melhorias. “Estamos indignados. Estão tratando a gente igual cachorro. Eles querem que o abate acabe às 18h sendo que começamos o trabalho às 5h. Querem que terminem só quando o abate acabar, não existe isso”, comenta um dos trabalhadores, enquanto os outros concordam.
Com receio de retaliações, uma das funcionárias alega que o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não está sendo depositado pelo frigorífico. "Férias, FGTS não está sendo depositado, insalubridade a gente não recebe. Tem várias coisas aí que tem de arrumar", relata outra funcionária.
Ela também diz que o transporte para ir e voltar do trabalho é cobrado dos trabalhadores. “É cobrado e não tem ônibus pra gente ir embora. Temos que esperar 2h pra chegar em casa", confirma a trabalhadora que falou com a reportagem.
Segundo a denúncia, as demissões são uma forma de “castigo”. Entretanto, a empresa alega, por meio de mensagens no WhatsApp para um dos demitidos, justifica que a rescisão do contrato se deu por justa causa.
A reportagem entrou em contato e a empresa para esclarecer o ocorrido. Em resposta, ela optou em não se pronunciar no momento.
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